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CrônicaRenata Oliva

Trinta e Dois

Publicado 9 de julho de 2024 6 minutos de leitura
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Carta de 1932
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É impressionante como certos assuntos tão corriqueiros, que aparecem na vida da gente, podem se transformar em uma história incrível, com um monte de gente bacana envolvido nela.

Estava na casa da minha mãe, xeretando uma caixa cheia de cartas antigas, quando uma delas me chamou a atenção. Era uma carta do meu avô para minha avó, escrita no dia 23 de maio de 1932. Eu achei, pela data, que aquilo era um assunto que poderia ser bem interessante. Fiquei curiosíssima! Que dia para São Paulo!

A história começa com meu avô, às 4 horas da tarde, pegando um bonde, que iria levá-lo do seu escritório na R. Florêncio de Abreu à sua casa, na Av. dos Eucaliptos. O trajeto era pelo centro da cidade. Ele estava apreensivo porque havia uma aglomeração na Praça do Patriarca que impedia a passagem dos bondes da Vila Mariana. Então, ele foi andando pela Líbero Badaró e José Bonifácio até a Praça da Sé, onde tomou um “camarão” , rumo à sua casa. Aí, ele começa a escrever uma carta contando o que ele estava vendo e vivenciando. O comércio estava fechado. Um movimento de protesto ia crescendo por todos os lados, aumentando a cada minuto, indo para o centro da cidade….

Foi aí é que eu percebi que aquela carta era muito importante por ter sido escrita nesse dia, quando muitos protestos contra o governo de Getúlio aconteciam em vários pontos do centro de São Paulo, mesmo porque do outro lado da cidade, na esquina da Barão de Itapetininga com a Praça da República, acontecia o trágico assassinato de quatro jovens manifestantes: Miragaia, Martins, Drauzio e Camargo, o MMDC, que batizou o movimento de mobilização dos civis para a guerra, a Revolução de 32.

A essas alturas pensei “Será que essa carta é mesmo tão importante?” Afinal, era um marido escrevendo para sua mulher! Mas era escrita por um homem inteligente, num dia crucial para a história de São Paulo, e era uma descrição e uma reflexão sobre os acontecimentos daqueles dias.

Neste momento pensei o que fazer com ela. Achei que seria bom restaurar pela D. Lucy, uma senhora italiana, finíssima. Quando a restauração ficou pronta, ela me disse: “Renata, não dê a carta para qualquer pessoa. Escolha alguém que realmente queira e dê valor a ela.”  Continuou comigo.

Pois não é que encontrei, num curso, a professora da USP, Ana Maria de Almeida Camargo? Vi que ali estava a pessoa certa para receber o documento, já que uma de suas aulas   tinha sido sobre a Revolução de 32. Fui conversar com ela e levei a carta, que fez o maior sucesso! Aí ela, perguntou: “Tem continuação?” Meu Deus, historiador sempre acha umas coisinhas… Isso porque a mensagem começa com meu avô saindo do escritório e termina quando ele, depois de jantar, curioso com a situação, sai para voltar ao centro.  A professora logo soube que o assunto não acabava ali. A continuação da carta tem perguntas e relatos do cotidiano. São perguntas do tipo: “Tomou o remédio prescrito pelo Dr. Margarido?” “Disseram que a pomada Nacional é muito eficaz.”. Esta parte contextualiza a história. E eu, que tinha achado essa continuação com assuntos sobre remédios e tratamentos uma tamanha besteirada, nem tinha dado a mínima   atenção!

Bom, daí tive a certeza de que essa professora era a pessoa certa para receber aquele documento!  E não é que ela sugeriu, e fomos, a professora, minha neta e eu, ao Arquivo do Estado, doar este escrito, que assim poderia ser lido e estudado por pessoas interessadas nos assuntos do Estado de São Paulo e do Brasil.

E, pensando bem, são poucas vezes na vida que a gente consegue transformar um fato simples e comum, como mexer numa caixa velha, em uma história, tão extraordinária!

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Leia outras crônicas de Renata Oliva → Crônicas de Renata Oliva

Renata Oliva
Blogueira
Quase Pedagógico

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