Sem sono, às três da manhã, desci para comer alguma coisa. Sempre acalma, apesar de uns quilinhos a mais depois de torradas com geleia de jabuticaba. Resolvi terminar um texto já começado, mas o tema era meio pesado e nada pior para uma noite insone…
Sabendo que telas brilhantes afugentam o sono e, como acontece comigo, ultimamente, de lembrar coisas antigas com facilidade, a minha antiga máquina de escrever me veio à cabeça! Antiga mesmo, era do meu avô.
Não por óbvio, mas ela não estava funcionando direito, e mesmo assim, peguei umas folhas de rascunho, uma delas já com uma frase em italiano, lembrança do meu curso online. Fui digitando, tecla por tecla. Consegui só um pouquinho. Aí perdi a paciência. Será que seu Tarcísio, o consertador de máquinas de escrever, ainda trabalha? Talvez seu filho… É que algumas profissões não existem mais, por falta de freguesia, que pena…Tecnologia!
Há uma diferença enorme nas ligações neurais quando escrevemos com pena de ganso, à máquina, com uma caneta Bic, ou ainda teclado, físico ou virtual. Podemos comparar penas com Apple? Devagar, estudando lentamente as palavras, conjugações e todas as regras que a gente precisa para comunicar o que se quer dizer com o que o outro entende…
A máquina de escrever foi uma revolução. Dr. Celio Almada, batia à máquina tão rápido, que parecia um trem, trem bala! Calculava mentalmente as linhas, os parágrafos a pontuação. Trabalhou no cartório do pai, numa época em que não havia xerox, todas as cópias eram feitas uma a uma!
É lógico que, com o desenvolvimento da tecnologia, nós pessoas humanas fomos nos adaptando. Como Machado de Assis escrevia? Ele sempre seria “O Machado”, com pena ou com o ChatGPT!
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Renata Oliva
Blogueira
Quase Pedagógico