Perdi o sono, acordando no meio da noite com uma inquietação que não me deixou mais dormir. Fiquei refletindo sobre o que minha sobrinha enfrenta, as dificuldades que ela não consegue expressar e que, por algum motivo, passam despercebidas por aqueles que deveriam entender.
Depois, vieram as preocupações com meu parceiro. Não quero ser uma figura materna, mas sim uma parceira que realmente caminha ao lado.
As tristezas começaram a se acumular à medida que penso numa família onde mal-entendidos persistem, embora um pouco de compaixão pudesse facilmente resolvê-los.
E então, sou confrontada pelos meus próprios devaneios—sinto que me falta a determinação para agir, que fico presa em pensamentos enquanto a ação se afasta.
O sono me escapa.
Tentei meditar para encontrar alguma paz, mas a cada respiração, novos pensamentos inquietantes surgem. Mesmo assim, recuso-me a me criticar ou a me culpar.
Amanhã, quem sabe, trará a renovação que tanto preciso. Talvez as coisas comecem a se alinhar. Quero soltar os pesos que carrego, deixar as bagagens que me prendem caírem, e começar de novo, com propósito. Não apenas para enfrentar o dia, mas para vivê-lo plenamente.
Rita Barbano
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Imagem: Arte de autoria de Rita Barbano
Nossa, isso acontece comigo e com muita gente!
Muito bem escrito!