O que o idoso precisa saber para evitar problemas nos dias frios

Com a chegada do frio, muitos idosos sentem um impacto direto na saúde e na rotina. O corpo se torna mais sensível às variações de temperatura e, com isso, aumentam os riscos de infecções respiratórias, queda da imunidade, desidratação e até de acidentes dentro de casa. Por isso, é fundamental estar bem preparado para atravessar os meses mais frios com conforto e segurança.

Além de agasalhos e cobertores, é preciso atenção com a hidratação, o uso de banho muito quente, o risco de choque térmico, a vacinação em dia, a importância da higiene das mãos, a manutenção das doenças crônicas controladas e a prática de atividade física, mesmo que adaptada ao frio.

Acompanhe as dicas, tire suas dúvidas e compartilhe com quem você ama!

Como o frio afeta o corpo do idoso

O envelhecimento natural traz mudanças no metabolismo, na circulação e na capacidade de regulação térmica do corpo. Isso significa que, no frio, o idoso tende a sentir mais desconforto e vulnerabilidade a doenças.

Por exemplo, a vasoconstrição que é um mecanismo natural do corpo para conservar calor, pode aumentar a pressão arterial. Além disso, o frio diminui a sensação de sede, o que compromete a hidratação. Há também uma tendência maior ao sedentarismo, o que impacta negativamente a saúde muscular, articular e mental.

Com tudo isso, aumentam os riscos de choque térmico, especialmente ao sair de ambientes aquecidos para lugares abertos e frios. Um simples descuido pode provocar desde uma gripe até uma crise de asma, infarto ou AVC.

Vista-se em camadas e evite o choque térmico

Uma das maiores armadilhas do inverno é o choque térmico — a mudança brusca de temperatura que pode causar sérios problemas respiratórios e cardiovasculares. Para evitá-lo, a primeira dica é vestir-se em camadas.

Roupas sobrepostas ajudam a manter o calor do corpo sem provocar superaquecimento. Isso permite tirar ou colocar peças conforme a temperatura do ambiente.

Dicas práticas:

Comece com uma blusa segunda pele.
Acrescente uma camada de lã ou tecido mais quente.
Finalize com um casaco impermeável e corta-vento.
Use meias térmicas e toucas, pois cabeça e pés perdem calor facilmente.

Ao sair de casa, espere alguns minutos na porta para que o corpo se adapte ao frio antes de enfrentar a rua. Isso diminui as chances de choque térmico.

Banho quente demais pode prejudicar a pele e a circulação

Em dias frios, é comum recorrer ao banho muito quente para aquecer o corpo. No entanto, essa prática pode causar mais mal do que bem. A água muito quente remove a oleosidade natural da pele, provocando ressecamento, coceiras e até rachaduras, especialmente em pessoas com pele mais fina, como os idosos.

Além disso, o calor excessivo no banho pode causar tontura e vasodilatação, aumentando o risco de queda e desequilíbrio.

Como cuidar:

Prefira água morna, nunca fervendo.
Mantenha o banheiro aquecido e bem iluminado.
Use tapetes antiderrapantes para prevenir acidentes.
Após o banho, seque-se bem e hidrate a pele com cremes específicos para peles maduras.

Beba água mesmo sem sede e mantenha a hidratação

Durante o frio, sentimos menos sede, mas isso não significa que o corpo não precise de líquidos. A hidratação é essencial para o bom funcionamento dos rins, intestino, pele e sistema imunológico.

A desidratação, mesmo leve, pode aumentar a chance de infecções, queda de pressão e confusão mental. Portanto, a ingestão de líquidos deve ser constante, mesmo sem vontade.

Como garantir uma boa hidratação:

Tenha uma garrafinha sempre por perto.
Beba água aos poucos ao longo do dia.
Consuma chás quentes sem açúcar, como camomila, erva-doce ou gengibre.
Invista em frutas ricas em água: melancia, laranja, maçã e pera.
Sopas e caldos também ajudam na hidratação e nutrição.

Vacinação em dia é proteção para o inverno

O sistema imunológico pode enfraquecer com o tempo, tornando o idoso mais suscetível a infecções. Por isso, manter a vacinação em dia é uma das atitudes mais importantes para atravessar o inverno com saúde.

A vacinação protege contra doenças comuns no frio, como gripe e pneumonia, e também reduz o risco de complicações graves e internações.

Vacinas recomendadas:

Influenza (gripe): anual.
Pneumocócica 23-valente: protege contra pneumonia e meningite.
Covid-19: mantenha o esquema atualizado com reforços.
DTP (difteria, tétano e coqueluche): a cada 10 anos.

Procure o posto de saúde mais próximo e leve a carteira de vacinação atualizada. Caso tenha dúvidas, converse com seu médico.

Higiene das mãos previne infecções

Lavar as mãos parece algo simples, mas é um dos atos mais eficazes para evitar doenças. No inverno, passamos mais tempo em ambientes fechados, o que facilita a circulação de vírus e bactérias.

A higiene das mãos deve ser feita com água e sabão por pelo menos 20 segundos, especialmente antes das refeições, após usar o banheiro e ao chegar da rua.

Dicas para manter a higiene das mãos:

Use álcool gel 70% quando não houver acesso à água.
Hidrate as mãos após a lavagem para evitar rachaduras.
Mantenha as unhas curtas e limpas.

Esse cuidado simples pode evitar resfriados, gripes, conjuntivites e até infecções mais sérias.

Atividade física no frio é possível e faz bem

É natural querer ficar mais tempo deitado ou sentado quando as temperaturas caem. No entanto, abandonar o movimento pode prejudicar a saúde muscular, articular, mental e até a imunidade.

A prática de atividade física regular ajuda a manter o corpo aquecido, melhora o humor, reduz dores e previne doenças.

Opções para manter o corpo em movimento:

Caminhadas curtas em horários mais quentes, como meio da manhã ou início da tarde.
Alongamentos e exercícios simples dentro de casa.
Dança, yoga ou tai chi chuan adaptados.
Subir escadas, cuidar do jardim ou fazer tarefas domésticas.

Antes de começar qualquer atividade física, é importante conversar com um profissional de saúde para adaptar os exercícios à sua condição.

Doenças crônicas controladas garantem mais segurança

Quem tem hipertensão, diabetes, asma, bronquite ou problemas cardíacos precisa de cuidados redobrados no inverno. O frio pode agravar essas condições, principalmente quando o tratamento não está sendo seguido corretamente.

Por isso, manter as doenças crônicas controladas é essencial. Isso significa tomar os medicamentos corretamente, acompanhar os sintomas e realizar os exames solicitados pelo médico.

Outras medidas importantes:

Monitorar pressão e glicemia com frequência.
Evitar ambientes com fumaça ou mofo.
Fazer refeições equilibradas para manter a imunidade alta.
Dormir bem e respeitar os limites do corpo.

Com as doenças crônicas controladas, o idoso tem muito mais qualidade de vida mesmo nas estações mais rigorosas.

Alimente-se bem e de forma variada

Durante o inverno, o apetite por comidas mais calóricas aumenta, o que não é necessariamente um problema. O corpo precisa de energia extra para manter a temperatura. No entanto, isso não deve ser desculpa para abusos.

Uma alimentação saudável e variada fortalece o sistema imunológico e ajuda a controlar doenças pré-existentes.

Sugestões para uma boa nutrição no frio:

Consuma legumes e verduras cozidas (abóbora, batata-doce, couve).
Prefira carnes magras e ovos.
Inclua grãos integrais, como arroz integral, feijão e aveia.
Use temperos naturais como alho, cebola, gengibre e cúrcuma.
Evite frituras e excesso de doces industrializados.

Comidas quentes, como sopas, caldos e chás, são ótimas pedidas.

Cuidados com o ambiente doméstico

Ambientes muito fechados e sem ventilação favorecem a proliferação de vírus, fungos e bactérias. Por isso, mesmo no inverno, é essencial arejar a casa todos os dias, nem que seja por poucos minutos.

Outras dicas para deixar o ambiente mais seguro:

Evite o uso excessivo de aquecedores e lareiras sem ventilação.
Deixe janelas abertas por 15 a 30 minutos pela manhã.
Use umidificadores ou uma bacia com água no quarto para evitar ressecamento do ar.
Mantenha os ambientes limpos e sem acúmulo de poeira.

Cuide da saúde emocional

O frio e os dias nublados podem afetar o humor e a disposição. É comum se sentir mais introspectivo ou até triste, especialmente quando se está isolado ou com pouca convivência social.

Cuidar da saúde emocional é tão importante quanto manter o corpo aquecido. Atividades simples podem fazer toda a diferença.

Boas práticas:

Mantenha contato com amigos e familiares, mesmo que por telefone ou vídeo.
Leia, ouça música ou veja filmes que tragam alegria.
Dedique-se a hobbies como tricô, pintura, jardinagem ou escrita.
Busque ajuda profissional se estiver se sentindo sozinho ou ansioso.

O inverno pode ser uma estação aconchegante e cheia de charme, mas exige atenção especial à saúde, principalmente na terceira idade. Com cuidados simples, é possível passar pelos dias frios com bem-estar e segurança.

Lembre-se de manter a hidratação, evitar banho muito quente, proteger-se contra o choque térmico, manter a vacinação em dia, reforçar a higiene das mãos, seguir com a atividade física e manter as doenças crônicas controladas. Essas atitudes podem transformar o inverno em uma temporada mais tranquila e saudável.

E você? Já segue essas dicas no seu dia a dia de inverno?
Compartilhe nos comentários suas estratégias para se cuidar no frio ou conte alguma experiência marcante nessa época do ano!

FAQ – Perguntas Frequentes

Qual a temperatura ideal da água para o banho no inverno?
A água morna é a mais indicada, entre 36 °C e 38 °C. Evite banhos muito quentes, pois ressecam a pele e podem causar tontura.
O que é exatamente o choque térmico?
É a mudança brusca de temperatura que afeta a circulação e a respiração. Pode causar desmaios, crises respiratórias e até eventos cardíacos.
Como saber se estou bem hidratado?
Verifique a cor da urina (quanto mais clara, melhor), observe a pele e os lábios, e mantenha uma ingestão constante de água e chás leves.
Posso praticar atividade física mesmo sentindo frio?
Sim! Com roupas adequadas e exercícios leves, é possível manter a movimentação e aquecer o corpo de forma saudável.
Onde consigo informações sobre vacinas para idosos?
Você pode ir até a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima ou acessar o site do Ministério da Saúde:
https://www.gov.br/saude/