O vitiligo é uma condição que causa a despigmentação da pele, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Embora possa surgir em qualquer fase da vida, muitos se perguntam: como essa condição se comporta com o avanço da idade? Especialmente na terceira idade, é comum surgirem dúvidas sobre a progressão das manchas, os tratamentos possíveis e os impactos na autoestima.
Se você tem vitiligo ou convive com alguém que tem, continue a leitura para encontrar orientações úteis e aplicáveis.
O que é o vitiligo e como ele começa?
O vitiligo é caracterizado pela perda progressiva da melanina, o pigmento que dá cor à pele. Essa despigmentação pode aparecer em áreas pequenas ou se espalhar por regiões maiores. Geralmente, o processo começa com manchas brancas ou pálidas que, com o tempo, se tornam mais evidentes.
A causa exata ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que há um componente genético associado, além da relação com doenças autoimunes, como tireoidite de Hashimoto, lúpus e diabetes tipo 1. Em algumas pessoas, o início da condição é associado a fatores emocionais, traumas físicos ou exposição intensa ao sol.
Como o vitiligo se comporta com o envelhecimento?
Ao contrário de algumas doenças cutâneas que tendem a se estabilizar com a idade, o vitiligo pode seguir trajetórias diferentes conforme os anos passam:
- Progressão lenta: Em muitos idosos, as manchas já estabilizadas permanecem iguais por anos, sem grandes alterações.
- Aparição de novas áreas: Em outros casos, o processo de despigmentação continua atingindo novas partes do corpo.
- Desaceleração do sistema imune: Como a atividade do sistema imunológico tende a diminuir com a idade, é possível que novas lesões apareçam com menos frequência.
Além disso, fatores como exposição solar acumulada, uso de medicamentos e mudanças hormonais também influenciam na evolução da condição.
Despigmentação e sua relação com doenças autoimunes na terceira idade
A despigmentação no vitiligo é um sintoma que pode estar associado a uma série de doenças autoimunes. Com o envelhecimento, é comum o organismo apresentar alterações imunológicas que favorecem o surgimento ou agravamento dessas condições.
Entre as mais comuns estão:
- Tireoidite autoimune
- Diabetes tipo 1 (de longa data)
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Artrite reumatoide
A presença dessas doenças pode afetar diretamente a evolução do vitiligo. Por isso, o acompanhamento médico multidisciplinar é essencial. Avaliações com dermatologistas, endocrinologistas e reumatologistas ajudam a tratar o indivíduo de forma integral.
Como lidar com o vitiligo na terceira idade de forma prática e acolhedora
Viver com vitiligo na terceira idade pode ser desafiador, mas há diversas estratégias que ajudam a melhorar o bem-estar físico e emocional:
Cuidados com a pele
- Use protetor solar FPS 50 ou mais diariamente.
- Evite exposição solar direta nas áreas despigmentadas.
- Hidrate a pele com cremes sem fragrância.

Abordagens terapêuticas
- Fototerapia com UVB de banda estreita, que pode estimular a repigmentação.
- Cremes com corticosteroides ou inibidores de calcineurina.
- Em casos selecionados, transplantes de melanócitos podem ser considerados.
Suporte emocional
- Participar de grupos de apoio ou rodas de conversa.
- Buscar acompanhamento psicológico, especialmente se houver sentimentos de isolamento ou vergonha.
- Conversar abertamente com familiares e amigos sobre a condição.
O impacto do vitiligo na autoestima e como fortalecer a autoconfiança
A autoestima pode ser abalada com o surgimento das manchas. Isso é ainda mais sensível em uma fase da vida onde muitas mudanças já ocorrem naturalmente no corpo. Contudo, é possível ressignificar essa relação com a imagem pessoal.
Dicas práticas para manter a autoestima elevada:
- Aposte em roupas que valorizem sua beleza natural.
- Use maquiagem corretiva, se isso fizer você se sentir melhor.
- Pratique atividades que tragam prazer e sensação de competência, como jardinagem, artesanato ou dança.
Lembre-se: o vitiligo não define quem você é. Sua vivência, experiências e sabedoria são muito mais marcantes do que qualquer alteração na pele.
Alimentação e estilo de vida: aliados da saúde da pele
Embora o vitiligo não seja causado por deficiências nutricionais, uma alimentação equilibrada pode auxiliar no bem-estar geral e na resposta imunológica.
Alimentos que merecem destaque:
- Frutas e vegetais ricos em antioxidantes (ex: laranja, cenoura, espinafre)
- Peixes ricos em ômega-3
- Alimentos com cobre e zinco (ex: nozes, sementes, grão-de-bico)
Evite o consumo excessivo de:
- Açúcares refinados
- Alimentos ultraprocessados
- Bebidas alcoólicas em excesso
Atividades como caminhadas, ioga e meditação também ajudam a reduzir o estresse, que é um conhecido gatilho para crises autoimunes e piora da despigmentação.
O que a ciência diz sobre novos tratamentos e perspectivas
Nos últimos anos, a pesquisa sobre o vitiligo tem avançado. Novas terapias estão sendo estudadas com foco na regulação do sistema imune e no estímulo à repigmentação. Entre as novidades:
- Inibidores de Janus quinase (JAK)
- Terapias genéticas
- Uso de células-tronco
Ainda que muitos desses tratamentos estejam em fase de estudo, é importante acompanhar os avanços e discutir com seu dermatologista quais opções são mais adequadas para sua situação.
Convivendo com o vitiligo: histórias reais e inspiração
Conhecer histórias de outras pessoas pode ajudar a acolher a própria jornada. Diversos idosos compartilham seus relatos sobre como encontraram aceitação e beleza nas marcas do tempo e da pele.
Uma dessas histórias é a de dona Helena, de 73 anos, que descobriu o vitiligo após os 60. “No começo, me escondia. Hoje, uso blusas coloridas, participo de uma roda de leitura e não deixo mais de sorrir. Sou muito mais do que manchas.”
O que realmente importa
O vitiligo pode mudar com a idade, sim. Mas a forma como lidamos com ele é o que faz toda a diferença. Mais do que buscar soluções mágicas, o mais importante é o cuidado contínuo com o corpo e a mente, a valorização da saúde emocional e o fortalecimento da autoestima.
Aceitar, cuidar e viver com leveza. É isso que buscamos — em qualquer fase da vida.
Você já convive com o vitiligo? Como tem lidado com isso ao longo dos anos?
Compartilhe nos comentários a sua experiência ou dúvidas. Sua história pode ajudar outros leitores!
FAQ – Perguntas frequentes sobre vitiligo na terceira idade
Vitiligo tem cura? Ainda não, mas há tratamentos que ajudam a repigmentar a pele e controlar a progressão das manchas.
- Quem tem vitiligo pode tomar sol?
Pode, mas com muito cuidado e uso rigoroso de protetor solar. - É possível que o vitiligo apareça só na velhice?
Sim. Embora seja mais comum em jovens adultos, há casos de diagnóstico tardio. - A alimentação pode ajudar?
Pode auxiliar no equilíbrio imunológico, embora não haja uma dieta específica curativa. - É uma doença contagiosa?
Não. O vitiligo não é contagioso e não oferece risco de transmissão para outras pessoas.
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