Existem palavras que quando escuto não tenho a menor ideia a que se referem e confesso que tenho vergonha de perguntar o que significam.
Eu me lembro da época de minha infância de uma propaganda de uma máquina de costura, creio que a Elgin, que deveria ser de outra galáxia, pois afirmava que: “chuleia, caseia e costura para frente e para trás”. A parte que dizia “costura para frente e para trás” eu até entendia, mas a parte inicial para mim era grego. Também no ramo de costura, algumas palavras me causavam desconforto, tais como: “manga italiana”, “cós” e “ponto inglês”.
Na gastronomia, “banho maria” e “claras em neve” eu tirava de letra, mas: “ponto de bala”, “marinar” e “gratinado” eram para mim, zona de desconforto.
Na Justiça o nosso STF tem dado um verdadeiro show, pois se sei o que querem dizer com: liame, vênia e interposta pessoa, fico inibido ao ouvir: guilda, colendo, embargos de declaração, embargos de divergência, embargos infringentes e os famosos embargos dos embargos e expressões, em latim, alemão ou francês que são incompreensíveis para mim.
Nos esportes, sei o significa no futebol: “três dedos”, “banheira”, “ninho da coruja”, também aprendi o que é um “ace” e “slice” no tênis, no vôlei sei o que é “manchete” mas não sei o que uma “pipe” e fico boquiaberto quando ouço na ginástica olímpica: “tsukahara” “duplo twist carpado” ou “duplo twist esticado” e na patinação artística, os famosos “triplo flip-flop”, “axel”,etc.
Adoro os anúncios de celulares que alardeiam o número de pixels, quadri-core, hexa-core ou octo-core, e outros itens formidáveis, que sinceramente não tenho a menor ideia o que significam.
Resumindo: apesar de ter um nível razoável de instrução e de informação, inúmeras vezes me sinto, um completo ignorante.
José Carlos Bicudo
Engenheiro – 69 anos
Colaborador e colunista da TIC.
É apaixonado por teatro e cozinha.
Tem como hobby escrever textos sobre o cotidiano e pequenos contos.
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